Porque metade de mim é amor
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro
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Poesia vende.
Por não estarem distraídos.
Por não estarem distraídos.
( Clarice Lispector )
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Poesia vende.
só mais uma vontade
Acho que é vontade de ir embora, de buscar respostas para perguntas sem fundamentos.Acho que é vontade de ter perguntas diferentes, pensamentos diferentes.Quem sabe um lugar novo, com pessoas novas, com um idioma diferente pudesse me fazer enxergar de outro jeito, ver detalhes com mais clareza.Talvez isso seja como experimentar uma sobremesa nova, aquela sensação boa de renovar o paladar, de expandir os horizontes.Mas ainda que sejam planos sem fundamento, eu não queria partir sozinha.Queria poder ter alguém que tivesse essa mesma necessidade do 'novo' que me aflige o pensamento. Alguém que, assim como eu, quisesse um estimulo, que quisesse aprender algo novo, mesmo que fosse algo simples como uma gíria de um idioma estranho.Queria alguém que não se prendesse ao passado, ou que quisesse esquecê-lo mais que tudo.Queria alguém que não tivesse medo do futuro, alguém que tivesse planos para 'o agora' não para daqui 5, 10 anos...sei que é difícil achar alguém assim, acho até que eu não sou assim.Vai ver tudo que eu escrevo seja o que eu quero ser, mas que de tanto pensar nisso talvez, na verdade, eu seja.
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Leeh
O contrário do Amor
O contrário do Amor
O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.
Martha Medeiros
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ér besteira... kk
Dormimos 8 horas por dia...
8 horas por dia durante uma semana inteira.
56 horas por semana.
Em uma semana de 7 dias, passamos 2,3 dias DORMINDO.
Daria para ir almoçar na China pelo menos uma vez por semana.
E esse dado só aumenta, em 1 ano dormimos aproximadamente 121 dias.
Seria bom se não precisássemos dormir...
Só uma coisa que eu pensei ontem, antes de dormir. Achei que seria uma curiosidade válida para postar no blog...
Se tiver algum dado errado, por favor, perdoem kkkk
8 horas por dia durante uma semana inteira.
56 horas por semana.
Em uma semana de 7 dias, passamos 2,3 dias DORMINDO.
Daria para ir almoçar na China pelo menos uma vez por semana.
E esse dado só aumenta, em 1 ano dormimos aproximadamente 121 dias.
Seria bom se não precisássemos dormir...
Só uma coisa que eu pensei ontem, antes de dormir. Achei que seria uma curiosidade válida para postar no blog...
Se tiver algum dado errado, por favor, perdoem kkkk
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é vontade de ir embora...
"Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar."
(Caio Fernando Abreu)
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