Não tem o que dizer...

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Porque metade de mim é amor


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


Oswaldo Montenegro

Por não estarem distraídos.

Por não estarem distraídos.


Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.


( Clarice Lispector )

coincidência ou não...


só mais uma vontade


Acho que é vontade de ir embora, de buscar respostas para perguntas sem fundamentos.Acho que é vontade de ter perguntas diferentes, pensamentos diferentes.Quem sabe um lugar novo, com pessoas novas, com um idioma diferente pudesse me fazer enxergar de outro jeito, ver detalhes com mais clareza.Talvez isso seja como experimentar uma sobremesa nova, aquela sensação boa de renovar o paladar, de expandir os horizontes.Mas ainda que sejam planos sem fundamento, eu não queria partir sozinha.Queria poder ter alguém que tivesse essa mesma necessidade do 'novo' que me aflige o pensamento. Alguém que, assim como eu, quisesse um estimulo, que quisesse aprender algo novo, mesmo que fosse algo simples como uma gíria de um idioma estranho.Queria alguém que não se prendesse ao passado, ou que quisesse esquecê-lo mais que tudo.Queria alguém que não tivesse medo do futuro, alguém que tivesse planos para 'o agora' não para daqui 5, 10 anos...sei que é difícil achar alguém assim, acho até que eu não sou assim.Vai ver tudo que eu escrevo seja o que eu quero ser, mas que de tanto pensar nisso talvez, na verdade, eu seja.

O contrário do Amor

O contrário do Amor


O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.



Martha Medeiros

ér besteira... kk

Dormimos 8 horas por dia...
8 horas por dia durante uma semana inteira.
56 horas por semana.
Em uma semana de 7 dias, passamos 2,3 dias DORMINDO.
Daria para ir almoçar na China pelo menos uma vez por semana.
E esse dado só aumenta, em 1 ano dormimos aproximadamente 121 dias.
Seria bom se não precisássemos dormir...


Só uma coisa que eu pensei ontem, antes de dormir. Achei que seria uma curiosidade válida para postar no blog...
Se tiver algum dado errado, por favor, perdoem kkkk


“Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.”
Chico Buarque
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- Libriana de 20 anos.
Minha foto
Fortaleza, Ceara, Brazil
Não sei me descrever e talvez eu nunca saiba. Só sei que não sou como as pessoas pensam, não sou nem o que eu penso de mim mesma... confuso nér? Eu sei. Tenho 20 anos, sou tecnica em Edificações e faço graduação em Agronomia. Não sou Nerd nem relaxada, me esforço em tudo o que faço, gosto das coisas bem feitas, então ou eu faço bem feito ou não faço! Gosto acima de tudo de me divertir, meu maior medo é perder tempo na vida, gosto de vivê-la do melhor jeito, com as melhores pessoas. Quero ser muita coisa ainda e to correndo atras, quero mostrar quem posso ser para os que não acreditam em mim. ér isso \o/

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